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Arte Visionária: o que é?

Atualizado: 11 de abr de 2021

A Arte Visionária é a representação visual do que está além do véu da terceira dimensão, onde o artista retrata através de sua arte o que se encontra oculto aos olhos físicos, suas visões interiores ou das dimensões invisíveis.


Segundo Laurence Caruana o objetivo é dar testemunho de outras realidades, que através dos estados alternativos de consciência se tornam claros.


"Atingindo um estado visionário que transcende nosso modo ordinário de percepção" pág.01*

Atualmente a Arte Visionária é um movimento artístico que vem se espalhando ao redor do mundo, mas que existe há muitos anos, e teve uma expansão exponencialmente maior a partir de 2001, quando Laurence Caruana, fundador e diretor da Academia de Arte Visionária, lançou o livro "O primeiro esboço de um Manifesto da Arte Visionária". Em 2010 ele relançou o livro, em sua segunda edição, na qual alterou o título para "O Primeiro Manifesto da Arte Visionária"*.


Este texto a seguir é inspirado e praticamente um breve resumo dessa obra, que eu recomendo a todos que se interessem por arte visionária lerem.


A Arte Visionária é muito antiga, ela existe desde as primeiras pinturas e das experiências xamânicas nas cavernas. Esteve presente na arte dos egípcios. dos mesopotâmios, dos antigos gregos, dos celtas, dos Astecas, dos Maias, dos Olmecas, no Renascimento, entre outros. Ela é amplamente observada nas artes Budistas e Hinduístas. Na idade média podia ser observada nas cartas de Tarot, na Astrologia, nas catedrais góticas, nos afrescos, nas iluminaduras e arte cristã.





A observação desses mundos, internos ou externos, podem ser feitas através do Estado Não Ordinário de Consciência (ENOC) ou Estado Alternativo de Consciência, que podem ser atingidos através de sonhos, de contemplação, meditação, cânticos de mantras, da clarividência, de cerimônias religiosas, e pelo uso de plantas sagradas, de drogas, entre outros.


A escolha para atingir estados de ENOC são suas, no entanto, eu recomendo fortemente não fazer o uso de drogas que possam causar vício, pois o vício te desconecta da sua essência divina, e acaba por te transformar em um escravo. Se precisar de algo externo para conseguir atingir um estado alternativo de consciência, há cerimônias com Plantas Sagradas, que você pode participar (praticamente no mundo todo), e que te conecta com o todo, com a natureza, com sua essência e com o Divino, Também não recomendo participar em qualquer lugar que ofereça cerimônia com plantas Sagradas, o ideal é fazer com pessoas sérias e responsáveis, e especialmente que seja um local que toque seu coração.


Mas que Plantas Sagradas são essas? São as plantas que são utilizadas a milhares de anos pelos Xamãs em seus rituais sagrados, também chamadas de Plantas de Poder ou Plantas Enteógenas (entheos = Deus dentro) como a Ayahuasca, os cactos Wachuma, Peyote e San Pedro, os cogumelos mágicos, entre outros. Eu acredito que estes são presente de Deus ou dos Deuses(as), como preferir, para ajudar a humanidade a entrar em contato com sua essência Divina, através do autoconhecimento e do contato com os planos espirituais.


Caruana conta na pág. 42, o relato de Ernst Fuchs, o seu mestre na Arte Visionária, que teve dois sonhos reveladores que o instigou a buscar outros meios de experiências visionárias, e por dois anos experimentou quase todas as drogas alucinógenas possível, mas que apenas pareciam vislumbres roubados, além de sentir a sensação incomoda da dependência. "Eu sabia ou presumia que o mundo que eu estava olhando tinha um portal, e que a droga era apenas uma escada para os ladrões que, afim de 'roubar', escalavam o muro, ou por que eles não sabiam do portal ou não tinham a chave para isso. [...] Eu queria me livrar da sensação incômoda de dependência, encontrar o acesso legítimo a este mundo." E depois de desesperadamente procurar por esse portal para a experiência visionária, ele encontrou através da meditação.


Na experiência visionária não tem como prever o que poderá acontecer, tudo é possível, e uma experiência geralmente é muito diferente uma da outra. Há muitos relatos de visões com Geometrias Sagradas, de mandalas, feixes de luz, espectros do arco-íris, símbolos de diversas culturas e religiões, animais de poder, cidades Celestiais, de Seres de Luz, de Anjos, Mentores e Ancestrais, Elementais e espíritos da Natureza, Deuses e Deusas, lembranças de vidas passadas, entre tantas outras possibilidades.


Em seu livro "Enter Through the Image", Caruana escreve: "Artistas visionários começaram com símbolos sagrados e criaram, através de sua estranha justaposição, símbolos de sonho da matriz cultural mais profunda do inconsciente coletivo (com um halo das mais sagradas associações). [...] Por meio da combinação iconológica de diferentes símbolos sagrados, a Arte Visionária expande nosso horizonte cultural, de modo a manifestar uma visão mais ampla e unificada do Sagrado."


No entanto, para além dos véus de Maya (a ilusão), se estendem não apenas o Divino e seus seres de luz, mas também as trevas e toda sua monstruosidade. O artista visionário pode explora também esse lado sombrio. A busca pelo autoconhecimento, e por aquilo que é invisível, nos leva a atravessar as fronteiras da terceira dimensão, onde podemos nos deparar com demônios externos ou até mesmo internos.


Na pág. 16 do Manifesto, Caruana cita Aldous Huxley, em seu livro Portas da Percepção | Céu e Inferno, "nem sempre essa experiência é celestial. Por vezes ela é terrível. Há inferno do mesmo modo como há o céu".


As experiências com as trevas é muito comum na experiência visionária. Posso afirmar através de minhas próprias experiências. No entanto sempre trazem um grande aprendizado. Elas podem ser aterrorizantes, então esteja preparado, mas ao mesmo tempo elas nos fazem crescer, nos conhecer mais profundamente e por isso valem a pena serem experienciadas.


E como mencionado na página 20: "Depois que o sujeito experimentou os limites da aniquilação total e 'tocou no fundo do cósmico', ele ou ela é atingido por visões de luz ofuscante branca ou dourada [...] a atmosfera geral é de libertação, salvação, redenção, amor e perdão. O sujeito se sente aliviado, limpo e expurgado". Stanislav Grof


Não quero entrar em detalhes sobre esse assunto aqui, pois como Caruana diz no livro as pinturas visionárias são como portais, onde o espectador pode ser transportado para a visão do artista. Eu acredito nisso e acho que qualquer um que leu a Divina Comédia de Dante sabe como essas obras podem ser portais (não consegui chegar nem na metade, foi muito forte para mim). Mas no livro de Caruana tem muita coisa interessante para ler sobre essa questão.



Sobre a técnica

Os métodos utilizados para a arte visionária podem ser diversos, desde o óleo, acrílica, aerógrafo e até mesmo digital. No entanto, como diz Caruana na página 55: "todos concordam que realizar um acabamento, o mais preciso possível, é absolutamente necessário para que a indução de visão funcione". há também um relato de Fuchs: "queríamos mostrar a imagem fantástica de tal forma como se fosse pintado, não à mão, mas pelo próprio sonho, não deixando nenhum vestígio de artesanato para trás."


"Assim, como a visão chega espontaneamente com pequeno indício de sua origem, assim faz o artista ao deixar sua obra com pouco indício de seu papel como autor. Pois, ele está transcrevendo o mais fielmente possível o que ele viu emergir espontaneamente a partir de dentro - como um vidente ou profeta visitado por visões enviadas."


Eu acredito que este deve ser o objetivo que devemos almejar, mas não deixar de produzir por não ter a técnica, pois ela se aprende no caminho, com a prática vamos aprimorando, cada pincelada traz um novo aprendizado.


Muitos dos artistas visionários praticam alguma variação do Mischtechnik que é uma técnica desenvolvida por Ernst Fuchs ao tentar recriar a técnica dos velhos mestres, muito parecida com a que Jan van Eyck utilizava. Que é uma técnica feita em camadas muito finas de veladuras (glaze) com tintas transparentes, intercaladas com cinzas-ópticos atingidos através de algum tipo de branco translúcido (pode ser tempera de ovo, caseína ou tinta branca semi-transparente). Dessa forma a pintura da a ilusão de conter múltiplas dimensões.


Espero que tenha ajudado a vocês a entenderem um pouquinho mais dessa arte incrível que vem tocando o coração e a alma de tantas pessoas.


Com Carinho,

Abhinava


Fontes:

Caruana, Laurence: O PRIMEIRO MANISFESTO DA ARTE VISIONÁRIA


Caruana, Laurence: ENTER THROUGH THE IMAGE: The Ancient Image Language of Myth, Art and Dreams





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